O ônibus escolar ,com os alunos que haviam ido para a excursão, chegou a noite, por volta das 20 horas. Marry foi a primeira a saltar, anunciando uma súbita necessidade por um banho de banheira quente com muitas espumas. Quando me viu, esperando encostada num poste, correu e me deu um abraço apertado, como se não me visse à décadas, não apenas três dias.
-Não precisava me esperar, Em's. Você teve alta a pouco tempo, precisa de descanso.
-Desculpe, Marry, mas eu vim porque preciso falar com Inkas. - Lancei-a um olhar sério, de forma que ela pode rapidamente perceber que eu tinha algum assunto pendente a ser finalizado.
-Não volte tarde demais, ok? - Marry disse, com um tom de preocupação e curiosidade velada.
Me encostei no poste, até que Inkas e Castiel apareceram junto a Íris e Violet. Eles se apressaram e me abraçaram de um jeito bem delicado, como se minhas costelas ainda estivessem fraturadas, então me adiantei e apertei-os com toda a minha força, mostrando que eu já estava melhor. Cas e Inkas se despediram e começaram a andar, mas me adiantei:
-Cas, foi mal, mas teria como eu levar Inkas para casa hoje? Preciso conversar com ela.
- Ahn, tudo bem, então.- Ele disse, surpreso e um tanto quanto decepcionado. Provavelmente, sua cota de beijinhos não chegara ao fim.
A medida que Inkas e eu nos afastávamos dos demais, eu podia perceber a expressão de diversão em seu rosto se transformar em seriedade.
- Em's está..
-Jade apareceu na minha casa e pegou o Nathaniel me ajudando a por o sutiã- interrompi-a. Ela me fitou espantada com o jorro de palavras.
-Por que diabos o Nath estaria te ajudando a por o sutiã? E como o Jade entrou na sua casa?
-As chaves reservas estavam no vaso de orquídeas que Jade me deu e sabia que não é nada fácil por o sutiã com as costelas enfaixadas? Eu estava usando uns com a botoadura na frente, mas não havia mais desses limpos, então tive que usar um comum e pedir ajuda.
-E..-Ela suspirou- mais do que as suas costelas, você também queria seguir em frente, certo?
-Sim- e foi a minha vez de suspirar- ... se pelo menos eu soubesse onde Jade estava, eu poderia ter ido lá ou enviado uma carta...
-Emme, eu...- Inkas parecia desconfortável, como se quisesse confessar algo (que eu já sabia)
- Não, Inkas, eu sei que Jade não te disse onde estava, e tenho certeza que você me contaria caso soubesse, certo?
Inkas parou, focando os olhos na calçada. As mãos se juntaram na frente do corpo, constrangida e um tanto quanto decepcionada consigo mesma. Ela não parecia saber como ou o quê dizer. Ainda cabisbaixa, abracei-a, de forma inesperada.
- Eu sei que você estava mandando cartas para Jade, que sabia onde ele estava e que não quis me dizer. Sinceramente, eu te perdoo, apesar de querer saber o porquê.
- Eu achei que manter Jade em segredo seria a melhor coisa a fazer pelo meu irmão. Ele queria espaço e eu tentei garantir isso. Espero que entenda.
Eu entendia. Marry era uma pessoa repleta de qualidades e defeitos, mas nunca falhou como irmã. Eu não hesitaria em fazer algo que julgasse melhor para ela. Soltei Inkas e, quando chegamos na porta de seu pequeno prédio, me despedi. Atravessei a rua Penne e toda a sua arquitetura neogótica, indo em direção oposta a minha casa.
- Onde você vai, Em's?
- Tenho que descobrir onde Jade está antes que ele...
- Em's,- ela me interrompeu, agora séria- ele está na minha casa. Para vê-lo, basta apenas subir as escadas.
***
Postado por
Emme
1 comentários:
Nossa, amo tanto essa história. Não demore muito para postar a continuação, por favor :') Adoro, adoro, adoro. Virei fã...!
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