Estava frio. Jade foi embora há dois longos e tortuosos dias, deixando-me aflita, sem saber onde e como estava. Além disso, haviam 2 coisas que não conseguia me livrar desde então: Pesadelos horríveis e choros frequentes. Esses pesadelos eram sempre os mesmos:
      Era noite com neve e eu andava por uma rua deserta sozinha. O céu estreladamente obscuro, chamava minha atenção e deixava-me distraída até que, atravessando uma avenida, percebo  um carro descontrolado vindo em minha direção até que, na hora que iria arremessar me aos braços da morte, alguém entrava na frente. Quando eu me virava para ver quem era, me deparava com o rosto de...
       Eu acordava sempre na hora em que iria ver a face do meu salvador. O cheiro de sangue e metal presente nos sonhos inundou minha cabeça, deixando-me zonza. Segurei em um poste ao meu lado para que não caísse no chão e continuei a caminhada. Ainda estava escurecendo, mas os últimos raios de sol que separava a noite do dia já haviam ido embora. Classic, a loja de roupas favorita de Rosa e Alexy, estava fechada. Para ser sincera, apenas o parque, lugar em que chorei por Kentin, estava aberto.
       Eu deveria conseguir, ou pelo menos tentar,esquecer Jade. Mas uma parte de mim gritava em minha cabeça exigindo que o procure e faço-o com que explique o que aconteceu para ele me abandonar. Um garotinho atravessou a rua, correndo para acompanhar os passos rápidos do pai que segurava sua mão. Era lindo, e possuía cabelos castanhos e olhos claros, realçando uma blusa escrita "Ame o Luís!"
       Observei-os irem embora e parei na enorme ponte de ferro que cortava o rio Syanna. Pequenos flocos de neve desciam, fazendo-me virar a cabeça e recebe-los com a boca. Soltei uma risada doce e psicótica, uma vez que o gosto das pequenas bolinhas brancas era gélido e provocava cócegas ao entrar em contato com a língua. Apoiei os meus braços na grade negra e esperei alguns minutos, sentindo a neve descongelar e derreter em minha pele clara. O vento soprou os meus cabelos, deslizando com o meu lenço vermelho e fazendo com que voasse até a avenida principal.
         Corri para pegá-lo e agarrei-o quando pousou no meio da rua. Eu conheço este lugar. É onde eu ia ser atro... E antes de que eu pudesse concluir a linha de raciocínio, um carro louco surgiu, avançando ao meu encontro. O farol amarelo e forte me cegou, deixando-me congelada, perdida demais para que pudesse me desviar. Era agora que alguém deveria aparecer e me salvar, mas não havia ninguém. Enquanto, as lágrimas desciam doloridas pelo meu rosto petrificado, o  carro vinha em minha direção...


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Sobre o Blog

" História de uma docete é apenas um blog que dá asas a minha imaginação. Cada personagem possui uma pequena parte de mim, independente se é boa ou ruim. Sempre abordo o amor, o ódio, a dor, o medo e a amizade quando escrevo algo, pois são fatores que estão constantemente presentes em nossas vidas. Acho maravilhoso abordar o que é recíproco ou não, e por isso, garanto que este blog será um cantinho no qual iremos nos apaixonar cada vez mais!"
-Emme